Uso da Realidade Virtual para Avaliação Formativa de alunos/formandos dos cursos de Assistente Social
As qualificações de assistente social e de saúde no Reino Unido, como em muitos outros países europeus, exigem uma avaliação da componente prática. Essa avaliação é geralmente realizada em parceria entre formadores nas escolas/empresas/organizações e casas de repouso. Como parte da sua formação, os cuidadores devem demonstrarcompetências práticas, interação com os clientes e capacidade de reflexão, incluindo:
- Efetuar interações com indivíduos que respeitem as suas crenças, cultura, valores e preferências;
- Apoiar um indivíduo de forma a promover sentido de identidade e autoestima;
- Demonstrar conhecimento prático de formas de contribuir para um ambiente que promova o bem-estar.
A observação da prática pode ser (e muitas vezes é) intrusiva. Além disso, a reflexão sobre a prática pode ser problemática, pois depende da memória dos formandos do curso.
Há uma série de iniciativas que usam aplicações de Realidade Virtual para fornecer feedback formativo e avaliação aos formandos dos cursos de assistente social.
Embora o foco principal seja a avaliação formativa, os dados também podem ser usados para avaliação sumativa, para a qual são necessárias evidências de competências práticas.
Da mesma forma, apesar deste ser um exemplo para formandos de cursos de assistente social, é igualmente aplicávela qualquer programa de educação e formação, particularmente onde possa haver restrições na observação em temporeal, como por exemplo, na área de hotelaria.
Na pesquisa realizada durante o projeto europeu IDC-VET, Graham Attwell analisou duas abordagens diferentes para ouso de tecnologias de Realidade Virtual (RV) para avaliação formativa online.
Na primeira abordagem, o professor/formador trabalha em conjunto com o formando, a fim de identificar as tarefas arealizar para que se desenvolvam as competências inscritas no currículo do curso. A interação e a prática das tarefassão transmitidas e registadas em tempo real por meio de uma câmara 360 graus/3D. O professor/formador pode acompanhar as atividades utilizando auscultadores/capacete 3D. Após o final da sessão, o professor/formador e o alunopodem rever a atividade utilizando-a como base para reflexão. Embora seja melhor realizar esta observação através do uso de auscultadores imersivos 3D, também é possível usar tecnologias 2D, um computador ou um dispositivo móvel.
A segunda abordagem usa vídeo de ramificação. Um cenário de ramificação é um conteúdo de avaliação flexível quepermite que os autores apresentem uma variedade de opções e conteúdo interativo rico aos alunos/formandos. Emvários pontos do vídeo, as perguntas levam-nos a fazer escolhas que determinam o conteúdo que podem ver de seguida.
O conteúdo do vídeo pode ser estruturado como uma árvore com várias ramificações e terminações.
O vídeo pode ser gravado com uma câmara de 360 graus/3D para criação com software de criação 3D e reproduçãopor meio de auscultadores 3D. Como alternativa, pode ser filmado em 2D, por exemplo, usando um telemóvel e criadousando uma aplicação de ramificação de vídeo.
A aplicação pode ser utilizada para avaliação e reflexão formativa individual ou para discussões em grupo.
A ramificação de vídeo pode ser particularmente útil em situações em que o acesso à prática de tarefas é limitado,como durante a pandemia de Covid 19 ou em situações de trabalho em que a presença do aluno/formando possa serintrusiva.
Melhorar as Competências Digitais dos Professores e Formadores de EFP